UEL estimula atuação em

equipe desde a graduação

 

 

Desde a década de 1970, os acadêmicos de Farmácia da Universidade Estadual de Londrina (UEL) são estimulados a ter contato com as unidades públicas de saúde. Ester Massae Okamoto Dalla Costa, 50 anos, professora da instituição há 21, lembra que a UEL tem um vínculo histórico com a docência assistencial. Segundo ela, essa ligação se deu, inicialmente, por meio dos projetos de extensão, mas desde 1992, o estágio em saúde pública faz parte do currículo do curso, oficialmente.  Apesar de todos os incentivos, a instituição ainda registra vagas ociosas em processos seletivos de farmacêuticos para programas de Residência Uni e Multiprofissional em Saúde.

 

A Residência foi introduzida na UEL em 2006, com o programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família, em parceria com o Ministério da Saúde e com a Autarquia do Serviço Municipal de Saúde de Londrina (ASMS). A primeira turma iniciou suas atividades em abril de 2007, com a oferta de 13 vagas (cinco para enfermagem, duas para odontologia, duas para fisioterapia, duas para psicologia, uma para educação física e uma para assistente social), distribuídas em cinco USF de Londrina. Na primeira turma não foram abertas vagas para Farmácia.

 

Para o segundo processo seletivo, em 2008, em decorrência de solicitações do próprio município e de duas localidades vizinhos (Cambé e Ibiporã), o número de vagas foi ampliado para 30. “Farmacêuticos também foram incluídos, com a abertura de três vagas, mas, lamentavelmente, houve pouca procura. Somente uma candidata se inscreveu e duas vagas foram remanejadas para a educação física e o serviço social”, comenta Ester Dalla Costa.  As vagas foram retomadas pela Farmácia no processo seletivo seguinte, o terceiro e último com financiamento do Ministério da Saúde.

 

A partir de 2012, após dois anos sem a abertura de novas turmas, a Residência em Saúde da Família da UEL foi reformulada e institucionalizada, passando o seu financiamento para o Governo do Estado do Paraná. Neste processo, as vagas foram reduzidas para 10 (duas para Enfermagem, duas para Odontologia, uma para Farmácia, uma para Educação Física, uma para Fisioterapia, uma para Psicologia, uma para Nutrição e uma para Serviço Social). Mesma distribuição da quinta e sexta turmas, de 2013 e 2014. Atualmente, o programa conta com apenas um residente. Deveriam ser dois, mas um desistiu em 2013.

 

A UEL mantém ainda, mais dois programas de Residência em saúde que incluem farmacêuticos. Em 2010, a instituição abriu um programa de Residência em Análises Clínicas, com quatro vagas, todas para Farmacêuticos. Em 2014, oito residentes estão cursando. Com a terceira turma, que concluiu em 2013, a instituição totalizou 12 profissionais formados.

 

Em 2013, também foi iniciado o terceiro programa de residência multiprofissional, em Saúde da Mulher. São 16 vagas (oito para Enfermagem, duas para Educação Física, duas para Farmácia, duas para Nutrição, duas para Psicologia). As bolsas são financiadas pelo Ministério da Educação, conforme Portaria Conjunta nº 7, de 27 de novembro de 2012. As quatro vagas abertas nestes dois para residentes farmacêuticos foram preenchidas.

 

Ester Dalla Costa avalia que os farmacêuticos ainda não despertaram para a Residência, especialmente a Multiprofissional. “Eles ainda não perceberam que a Residência é uma oportunidade para acumular conhecimento e, ao mesmo tempo, conquistar representação social da profissão, mudando o conceito da sociedade sobre seu papel”, observa. A professora se refere ao fato de que o farmacêutico com o título de especialização, atuante em sua área, torna-se mais valorizado e reconhecido profissionalmente. “A mentalidade das pessoas muda. Elas veem que o farmacêutico não exerce apenas a função do responsável técnico da farmácia. Ele pode ocupar inclusive os postos de gestor público.”

 

Inserida em 2 de setembro de 2014

Fonte: Ascom CFF