top of page

Mesa de abertura do VI ENRS, que reúne 596 participantes em Curitiba (PR). Site do CFF sobre residência trará a cobertura

VI ENRS é aberto em Curitiba.

Governo não mandou representantes

Sem a participação de representantes oficiais de dois órgãos fundamentais para a residência multiprofissional e em área profissional da saúde, cujos representantes coordenam a Comissão Nacional de Residência Multiprofissional em Saúde (CNRMS) – os ministérios da Saúde e da Educação - começou nesta terça-feira, dia 05 de julho, na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), o VI Encontro Nacional de Residências em Saúde (ENRS). O encontro, que tem como tema “Residências em Saúde: Construindo Nossa Identidade e Questionando Nossa Formação”, continua até o dia 08 de julho, no Campus Botânico da Universidade Federal do Paraná (UFPR). O site do CFF sobre residência em saúde vai divulgar a cobertura do evento.

A solenidade de abertura, realizada no início da tarde, contou com a participação do vice-reitor da UFPR, Rogério Mulinari, do professor Monir Tacla, da PUC-PR, do secretário municipal de Saúde de Curitiba, César Titton, do coordenador da Frente Paranaense Contra a Privatização na Saúde, Bernardo Pilotto, e dos representantes dos residentes, Rui Lima Júnior, dos coordenadores dos programas de residência, Ricardo Burg Ceccin, e dos tutores e preceptores, Ana Paula Silveira de Morais Vasconcelos. Também fez parte da mesa Alini Faqueti, presidente da comissão organizadora.

Segundo Alini Faquetti, as presenças dos representantes dos dois ministérios chegaram a ser confirmadas, mas depois foram canceladas “devido ao momento de instabilidade política”.   Como anfitriões do VI ENRS, os representantes das universidades e da secretaria de Saúde deram as boas-vindas a todos e declararam a sua expectativa positiva em relação às discussões que serão travadas no encontro, classificado um dos maiores da história pelo número de participantes, 600 no total. Os demais componentes da mesa focaram suas falas em defesa do Sistema Único de Saúde (SUS) e por melhorias para as residências multi e uniprofissionais.

Logo após a solenidade de abertura, ocorreu a primeira mesa do evento, com o tema Contexto Histórico e Legislações Vigentes das Residências em Saúde. Participaram, Ricardo Ceccin, Rui Lima Júnior, Ana Paula Silveira de Morais Vasconcelos e a farmacêutica Vânia Mari Salvi Andrzejevski, que é coordenadora do Programa de Residência Integrada Multiprofissional em Atenção Hospitalar do HC/UFPR e integrante de Câmara Técnica da CNRMS.

Ricardo Burg Ceccin disse que o momento é de grande preocupação. “Avaliamos que está em curso um processo de desmonte do SUS, que pode ser verificado na proposta do governo, de redução do porcentual da receita para investimento em saúde, e na fala do ministro, sobre o tamanho do SUS.”  Ressaltando que investimento em saúde não é gasto, mas investimento, ele afirmou que o SUS deveria ser ampliado. “É o que o governo deveria fazer, e não negociar com planos de saúde.”

Uma preocupação unânime no encontro é de que não haja, esse ano, a expansão do número de vagas nos programas de residência em saúde.  A avaliação, conforme Ceccin, é que é difícil ocorrer. “O país não institucionalizou a residência em saúde como uma política pública e tem, no momento, um Ministério da Saúde que pende para o lado dos planos de saúde, totalmente desvinculado da formação, e um Ministério da Educação que anuncia uma relação muito mais com a rede privada de ensino.”

A representante dos tutores e preceptores, Ana Paula Silveira de Morais Vasconcelos, também considerou o momento atual extremamente preocupante. “As residências em saúde padecem de uma fragilidade histórica e, para agravar a situação, temos hoje no Ministério da Saúde uma pessoa que não entende nada de política de saúde, nem de SUS, e de quem não esperamos uma compreensão da importância da formação dos trabalhadores da saúde, para além do profissional médico.”

A mesa foi encerrada com brados de “Fora ministro”. Ricardo Ceccin puxou o coro e citou a declaração infeliz de Ricardo Barros sobre ser melhor ter médicos cubanos a farmacêuticos e benzedeiras para o atendimento à população, em justificativa à sua decisão de prorrogar o Programa Mais Médicos. “Um ministro que profere uma declaração como essa não conhece o SUS e não serve para o país.” Rui Lima Júnior, representante do Fórum Nacional de Residentes em Saúde, anunciou para esta quarta-feira, ao meio dia, uma manifestação pública em defesa do SUS e das residências em saúde. O ato será realizado num ponto famoso de Curitiba, conhecido como Boca Maldita, no centro da cidade

Mesa sobre Contexto Histórico: integrantes não pouparam críticas ao governo e ao ministro da saúde, Ricardo Barros

bottom of page