CFF lança pesquisa sobre perfil do egresso das residências
A residência em saúde é considerada a especialização padrão ouro da pós-graduação. Estratégica para a qualificação de trabalhadores para o Sistema Único de Saúde (SUS), essa modalidade de especialização lato sensu envolve o treinamento em serviço, dedicando, à prática, 80% de sua carga horária (5000 horas, em dois anos). A despeito da rápida expansão no país, pouco se conhece sobre a estrutura, os processos e os resultados da residência, que pode ter formado mais de 3 mil farmacêuticos nas mais diferentes áreas, desde a promulgação da Lei 11.129/2005. Preencher essa lacuna é o que o Conselho Federal de Farmácia (CFF) pretende com o lançamento da pesquisa Perfil do farmacêutico egresso de programas de residência no Brasil.
Até o dia 29 de setembro, o formulário da pesquisa estará à disposição dos egressos dos programas em todo o país (clique aqui).
“Para preenchê-lo, são gastos poucos minutos, mas a contribuição prestada é enorme. Convidamos os farmacêuticos especialistas a participar da iniciativa, que não pretende apenas lançar luz sobre a residência em Farmácia, como reunir subsídios que possibilitem mudanças positivas para essa modalidade de pós-graduação e para a profissão”, comenta a coordenadora da pesquisa e assessora da Presidência do CFF, Josélia Frade.
De acordo com o responsável pelo estudo, Lukas Okumura, a expectativa é a de que a pesquisa venha beneficiar órgãos de regulação da profissão e da residência; gestores em saúde; sociedades profissionais e científicas; profissionais da saúde e farmacêuticos preceptores, tutores e residentes, além de pesquisadores e docentes. Egresso de dois programas de residência, Lukas Okumura desenvolveu um forte vínculo com a área desde que cursou a especialização em Oncologia e Hematologia, pelo HC UFPR, e em Pediatria, pelo HCPA. Ele foi o primeiro brasileiro credenciado pela American Pharmacists Association (APhA) e atribui o feito de participar de um seleto grupo de 25 mil farmacêuticos clínicos com essa certificação em todo o mundo à experiência adquirida nas duas residências.
Além de traçar o perfil sócio-demográfico de egressos, a pesquisa ainda pretende identificar as estruturas e os processos da formação em serviço; medir o impacto local e em desfechos em saúde das atividades oriundas de residências; aferir a satisfação dos egressos e identificar as oportunidades pós-especialização, entre outros. Esta não é a primeira iniciativa do CFF voltada à residência. O conselho mantém, desde 2014, este site para divulgação de conteúdos na área, incluindo editais de processos seletivos que oferecem vagas para farmacêuticos.
“Com a pesquisa, ampliamos nossa contribuição para o aperfeiçoamento da residência, que consideramos a mais completa modalidade de formação na pós-graduação”, comenta o presidente do CFF, Walter da Silva Jorge João.